5 de dezembro de 2018

Visita a Marte

Na terça-feira, dia 4, disseste-me que estavas mal. Que os teus sócios te queriam afastar da empresa e que a forma como o tinham feito tinha sido brusca e inesperada.
Tentei animar-te e na quarta-feira, véspera de feriado, lembrando-me do teu convite para ir à tua casa, soltei que se o convite se mantivesse podia ir para animar-te. Aproveitaste a deixa e disseste que gostavas de ver-me essa noite. Depois das 22:00h, para assegurar-nos que as crianças estariam a dormir.
Acedi a meu pesar, avisando que para mim era algo desconfortável, mas que por ti o faria.
Ao chegar nem te queria cumprimentar, ia dar-te dois beijos na cara, mas tu não te fizeste rogado e procuraste a minha boca.
Entrámos e encaminhaste-me para a sala, que fica no terceiro andar. Menos mal que fui de sabrinas, para não fazer ruído, pois passámos pelo quarto das crianças. 
Já na sala ofereceste-me vinho e estivemos à conversa, com música electrónica de fundo. Passaram-se umas horas e eu atrevidamente perguntei se não me ias mostrar onde dormias. Fizemos amor em silêncio, para não acordar as crianças. E pouco depois estava a vestir-me para regressar a casa.
Quando descemos e me levaste ao carro reparei no piano de pé que tens à entrada. Tocarás tu, ela, ou será só decoração?
O portão abriu-se e eu despedi-me com um aceno de cabeça, já te tinha dado um beijo em casa mas tu quiseste outro. Só pensei, se alguém me vê será uma vergonha...

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