22 de abril de 2019

1 semana depois

Querido diário, quase uma semana depois da nossa separação definitiva, que a do coração já tinha acontecido antes, ainda dou por mim a pensar em ti.
Não sei que dói mais. Se o ter sido enganada se a sensação de indiferença da tua parte. Ontem desejei-te feliz Páscoa. Respondeste com reciprocidade, no entanto nem me perguntaste como estou.
Se calhar foi melhor assim pois teria sido sincera e respondido que mal. Que estou triste e desgostosa. Mas o tempo tudo cura e tu não perguntaste nada. Seja porque não te interessa minimamente ou porque não me queres magoar mais, não perguntaste. E eu fiquei ainda mais triste.
No fundo tu também querias que nos separássemos. Isto porque senão terias reagido às minhas palavras de descontentamento. Mas não reagiste e esperaste um mês para o desfecho esperado.
Agora estou novamente sozinha. Situação que não difere muito da sensação de vazio anterior, das tuas palavras ocas. De nada me serve que me chames princesa se logo não me tratas como uma, embora isto não seja nenhum conto da Disney... há um mínimo.
Poderíamos ter sido felizes mas o destino não quis assim. Quando finalmente encontro alguém que me preenche as medidas quer o destino que mude de cidade. Que não queira o mesmo que eu. Que não deseje voar pelos mesmos caminhos da felicidade. Que triste infortúnio o meu.

17 de abril de 2019

Last log

Querido diário, pois é, ontem foi o dia “D”, em que tive a conversa definitiva com o piqueno.
Já não o via desde dia 18 de Março, dia em que ele foi jantar lá a casa e lhe expus as minhas preocupações. Um mês depois e não só ele não tinha mudado o comportamento, como ainda o apanhei no Tinder.

Já da minha última visita à Bélgica, tinha pensado que ele poderia seguir com a aplicação. Na realidade, embora eu lhe tivesse dito que a tinha apagado, ele nunca me confirmou que tinha feito o mesmo. Isso em conjunto com o facto de nunca mais me ter dito para ir visitá-lo, levaram-me a crer que ele encontrou alguém na Bélgica.
No jantar de ontem continuou muito evasivo e a dizer que eu já tinha tomado a minha decisão e que por isso não valia a pena sequer argumentar. À minha afirmação que uma amiga o tinha apanhado no Tinder ele disse que não tinha apagado a aplicação... e eu claro, por isso actualizaste as tuas fotos.
Não estávamos no mesmo patamar e eu tentei dissimular o que sabia já há algum tempo, típico de mulher. Vários indicadores saltavam à vista: o não querer partilhar a sua vida (nem o nome dos filhos me disse); o não se interessar por mim; o não se preocupar pelos assuntos que me preocupam.
Enfim, os sinais estavam mas a minha coach disse para lhe dar mais uma oportunidade, e foi o que eu fiz durante um mês. Espera difícil e complicada para alguém tão impaciente como eu.

Mas enfim, está terminado e agora há que passar a página. Acho que teria sido simpático se ele tivesse sido honesto uma única vez e me tivesse dito na cara que eram verdadeiras as minhas afirmações. Ele preferiu sair como “a vítima” mas isso já não é problema meu.

Confesso que quando me disseste, quase ao fim do jantar antes que chegasse a sobremesa, que tinhas de ir à casa de banho, pensei que já não voltasses. Voltaste, o que apenas provou que és educado mas não uma boa pessoa.

The end...